terça-feira, 27 de maio de 2008

Encontro de Titãs em Satolep Sambatown com Vitor Ramil e Marcos Suzano

The Brazilian pandeiroImage via WikipediaSatolep Sambatown é o nome do Álbum Lançado em 2007 pela dupla de Músicos Vitor Ramil e Marcos Suzano. Mas é muito mais do que isso. Sabe quando dois monstros virtuóticos, profundamente mergulhados no que fazem, em perfeita sintonia com a música e seu trabalho se encontram? Pois é, dá para imaginar o resultado?

Ao ouvir Satotep Sambatown fui meio que transportado imediatamente para todas as alterações sensoriais geradas por um encontro de Titãs.

Ví o Vitor com o Suzano dia desses no Conversa Afinada e fiquei assim, meio que de bobeira, meio que ligado.

O Suzano eu já conhecia, por conta inicialmente acho que do Olho de Peixe, trabalho em parceria com Lenine. E isto invariavelmente leva alguém, meio que plugado em música como eu, a assimilar um pouco do artista e vê-lo, percebe-lo, senti-lo por aí.

A grande novidade para mim foi Vitor.
Putz!! é bacana descobrir músicos, artistas excepcionais já num trabalho maduro, resultado provavelmente de todas as cicatrizes de uma vida.

Nem dá vergonha de não conhecer antes, porque a descoberta é tão boa que você só quer ouvir mais, saber mais. E aí... ficar Vivendo de Ouvir né?!

Uma passagem no site de Vitor talvez resuma mais apropriadamente este encontro:
Da Satolep de Vitor veio a “estética do frio”, com arpejos em cordas de aço, harmonias abertas, melodias hipnóticas, letras cheias de poesia. Da Sambatown de Suzano veio seu pandeiro único no centro de uma arquitetura rítmica em que sons acústicos dialogam com ondas sonoras vindas do mundo da eletroacústica.

As percepções por aí, como a de Luiz Rubira no Zero Hora tão emocionalmente assimilável como o próprio álbum, não desmentem:
Percepções que agem de modo independente, sentimentos que não cessam; uma onda que não quebra, a estação que é sempre a mesma; o céu interior, a mente ensolarada: no oitavo disco de Vitor Ramil a matéria é emocional, o tempo obedece outro ritmo, e o espaço é feito de substância criativa e imaginária.
Mas uma coisa que percebi pesquisando para o post é que quem procura Marcos Suzano acha muito, mas muito mais Lenine.

Logo em seguida encontrei uma consideração muito explicativa na crítica de Aquiles Reis, músico do MPB-4, onde ele coloca:
[...] um outro trabalho em dupla feito por Suzano, este com Lenine, Olho de Peixe (Velas), lançado em 1994. Álbum que, graças às idiossincrasias do universo musical brasileiro, alavancou de vez a carreira do compositor e cantor pernambucano, mas manteve no mesmo patamar a do percussionista Marcos Suzano. Ora, direis, são as regras do jogo. Sim, mas é uma pena que elas assim sejam.
Vitor Ramil é um músico com estrada e talento e experimentações. Voz e violão deliciosos de ouvir, letras pensantes, instigantes, cheias de imagens. E união da dupla realmente merece ser denominada Encontro de Titãs.

Mas este post, não pode deixar de fazer justiça a um Marcos Suzano. Muito bem resumido nesta crítica do cd Flash:
... um craque absoluto do puro toque, da fluência performática total e da intuição desnorteante em tempo real, que caracterizam o instrumentista Marcos Suzano, e que às vezes fazem pensar em algo como um Romário da percussão.

E aí, vai ouvir não?!!


Nenhum comentário:

O que é o Vivendo De Ouvir

A proposta aquí é falar sobre o que se vive ouvindo, nossos sentimentos, percepções.

Aqui o que rola são sentimentos e percepções do ouvir.

Música, Música, Música. O que Eu Sinto Com Esta Música?